Em cima: Fernando Peres (treinador), Lapa, Santos, Cardoso, Jorge Jesus, Barrinha, Nivaldo, Dario, Edmilson, João Inverno (prep.físico) e Machado (massagista). Em baixo: Guerra, Luís Filipe, Lelo, Ricardo, Fernandes, Simplício, Artur, Arnaldo José, Modas, Fernando Sousa e Gomes.
Era a chamada equipa maravilha. Ficámos em segundo atrás de um super-Portimonense, onde jogavam Pinhla, Mota, Paulo Campos, Nélson Fernandes e Nélson Moutinho (pai de João Moutinho). Na liguilha perdemos no último jogo em Vila do Conde com o Rio Ave, onde tinhamos de ganhar para alcançar a subida.
"Para 1978-79, a direcção azul e branca investiu fortemente na sua equipa. Beneficiando da venda do esquerdino José Luís - foi para o Vitória de Setúbal e chegaria mais tarde a ser titular do F.C.Porto, em 1980-81 com Hermann Stessl – e do avançado Jerónimo, o Juventude adquiriu vários jogadores de grande categoria, formando uma equipa que talvez não tenha subido por ser desadequada do nível da II divisão. Na verdade era uma equipa de primeira, e talvez não seja exagero dizer que estaria entre as dez ou doze melhores equipas de futebol do nosso país. Mantendo o técnico, para se juntarem aos restantes jogadores da época anterior chegaram ao Juventude: o excêntrico guarda-redes Gomes e o lateral Simplício (ambos ex Lusitano), o central Barrinha (jogara no União de Tomar e seguiria depois para o Vitória de Guimarães), os médios Cardoso (ex Atlético) e Jorge Jesus (esse mesmo, actual treinador do Belenenses, e ex jogador do Sporting, União de Leiria e Estrela da Amadora), o ala Luís Filipe (ex Atlético, sendo de lembrar que o Atlético tinha então descido havia uma época da primeira divisão), o avançado brasileiro Dário (ex Feirense, e futuro jogador do Vitória de Setúbal, onde chegaria a marcar golos ao Benfica e ao F.C.Porto) e o avançado, também brasileiro, Nivaldo. A equipa tipo seria então Lapa, Simplício, Ricardo, Barrinha, Modas, Cardoso, Jesus, Luís Filipe, Arnaldo José, Edmilson e Dário. O Juventude fez uma época fantástica, somando inclusivamente mais pontos que no ano anterior (41 em 77-78 e 44 em 78-79), e marcando 65 golos em 30 jogos, de onde avultaram impressionantes goleadas como os 6-1 ao Odivelas logo na primeira jornada e 5-0 ao Seixal. O futebol que praticava era apaixonante, e só um pequeno pauzinho estragava a engrenagem: havia também um Portimonense de luxo. Efectivamente, apostada no rápido regresso ao escalão maior, a equipa algarvia contava com um plantel fabuloso, que aliás foi a base da sua equipa nos anos seguintes, nos quais se manteve na ribalta do futebol nacional. A sua grande força estava também no sector ofensivo, onde os dois Nelsóns eram uma fábrica de fazer golos. Nelson Fernandes, ex Benfica, ex Sporting, com muitos anos de futebol nacional e internacional de topo, era a experiência que compensava a juventude do ex júnior do Benfica e, na altura, grande promessa do futebol português, Nelson Moutinho, precisamente pai de João Moutinho actual médio do Sporting e da selecção nacional. Atrás deles, no meio campo, actuava o brasileiro Paulo Campos, grande goleador também, que em 1981-82 jogaria no Benfica, chegando a participar em jogos da Taça dos Campeões Europeus. Na baliza estava Pinhal, ex Sporting, e na defesa Mota também recrutado aos leões. Nos jogos entre Juventude e Portimonense os eborenses levaram vantagem. Triunfando por 1-0 em Évora, numa tarde de Novembro e de casa cheia, com um golo de Dário aos 70 minutos num pontapé de fora da área, parecido com o golo de Nuno Gomes à Espanha no Euro 2004, marcado na baliza do lado da rua, a equipa alentejana arrancou um empate a zero em Portimão já em plena segunda volta, jogo que fez deslocar centenas, senão milhares de juventudistas ao Algarve. Todavia, em termos globais o Portimonense acabou por levar a melhor, garantindo uma vantagem de três pontos após uma inesperada derrota do Juventude em Sarilhos Grandes por 3-0, vantagem essa que não mais perderia até ao fim. O Juventude ia portanto estar novamente na Liguilha. Uma vez mais a equipa eborense entrou com o pé esquerdo nessa dramática prova que animava ano após ano os finais de época por essa altura. Na primeira jornada em Santa Maria de Lamas não conseguiu evitar uma copiosa derrota por 4-0 frente ao União local que não deixava bons augúrios. Todavia a equipa recuperou e venceu em casa o Rio Ave por 3-0. Na jornada seguinte, em jogo que recordo como se fosse ontem, o Juventude comprometeu as suas aspirações ao ceder uma igualdade a zero frente ao Lamas, que contudo ainda deixava algumas esperanças para a última jornada, onde em Vila do Conde o Juventude, caso vencesse, asseguraria a subida. Era difícil pois o Rio Ave, onde jogavam Alfredo, Adérito, Trindade, Mário Reis, Baltemar Brito (adjunto de Mourinho no Chelsea) e o avançado N’Habola também precisava de vencer e jogava em casa, sendo o grande favorito à subida. Mais difícil ficou o panorama quando Cardoso, com o resultado em branco, desperdiçou uma grande penalidade, facto que muita tinta fez correr nos tempos seguintes, sendo a equipa acusada de não ter querido subir de divisão, numa altura em que, recorde-se, o maná das transmissões televisivas ainda não fora descoberto, e a divisão principal criava dificuldades financeiras que nem todos estavam preparados para enfrentar. O resultado foi uma derrota por 1-0, e a festa vilacondense. Nesta temporada os únicos derbys foram para uma denominada Taça Amizade, e culminaram em vitórias dos azuis e brancos por 2-1 em casa e retumbante 1-4 num Campo Estrela cheio."
Resultados: F SEIXAL 1-1 C CUF 4-1 C ALMADA 4-0 F ATLETICO 1-0 C SESIMBRA F FARENSE C ELVAS F MONTIJO C AMORA F ODIVELAS C SACAVENENSE F C.PIEDADE C PORTIMONENSE 1-0 C SARILHENSE C SEIXAL 5-0 F CUF F ALMADA C ATLETICO F SESIMBRA C FARENSE F ELVAS C MONTIJO F AMORA C ODIVELAS F SACAVENENSE C C.PIEDADE F PORTIMONENSE 0-0 C OLHANENSE F SARILHENSE 0-1
Liguilha F U.LAMAS 0-4 C RIO AVE 3-0 C U.LAMAS 0-0 F RIO AVE 0-1
"Domingo, 16 de Abril de 1978.
O meu pai, não eborense, leva-me ao derby da cidade. Pergunta-me de qual gosto mais. Respondo-lhe que quem vencer o jogo terá o meu apoio para sempre.
Resultado:1-0 para o Juventude." LF
PLANTEL 2025-26
GUARDA-REDES
Filipe Semedo,
Mário Évora
DEFESAS
André Farinha,
Léo Dias,
Gilson Correia,
João Mendes,
Gustavo Benjumea,
Bruno Sousa,
Junior,
MÉDIOS
Geraldo Matsimbe,
Rodrigo Elias,
Kayã Caldeira,
Afonso Batista,
Daniel Pires,
Kenny,
Anderson,
Tomás Oliveira
AVANÇADOS
Thalison Costa,
Vinícius Brandão,
Lucão,
Gonçalo Dias,
Ailson Nogueira
5 comentários:
Em cima: Fernando Peres (treinador), Lapa, Santos, Cardoso, Jorge Jesus, Barrinha, Nivaldo, Dario, Edmilson, João Inverno (prep.físico) e Machado (massagista).
Em baixo: Guerra, Luís Filipe, Lelo, Ricardo, Fernandes, Simplício, Artur, Arnaldo José, Modas, Fernando Sousa e Gomes.
Era a chamada equipa maravilha.
Ficámos em segundo atrás de um super-Portimonense, onde jogavam Pinhla, Mota, Paulo Campos, Nélson Fernandes e Nélson Moutinho (pai de João Moutinho).
Na liguilha perdemos no último jogo em Vila do Conde com o Rio Ave, onde tinhamos de ganhar para alcançar a subida.
1978-79
2ª divisão
Zona Sul:
Portimonense . . . .30 19 9 2 66-17 47
Juv. Évora . . . . .30 18 8 4 65-23 44
Montijo. . . . . . .30 14 9 7 42-29 37
Amora. . . . . . . .30 12 11 7 41-27 35
Nacional . . . . . .30 12 9 9 32-31 33
Olhanense. . . . . .30 11 8 11 33-33 30
Sacavenense. . . . .30 7 15 8 20-21 29
Cova da Piedade. . .30 10 9 11 36-43 29
Farense. . . . . . .30 11 7 12 47-37 29
Seixal . . . . . . .30 11 6 13 41-50 28
CUF. . . . . . . . .30 8 11 11 29-34 27
Atlético . . . . . .30 10 7 13 44-43 27
O Elvas. . . . . . .30 9 9 12 38-37 27
Sarilhense . . . . .30 9 6 15 31-50 24
Almada . . . . . . .30 8 7 15 27-54 23
Odivelas . . . . . .30 4 3 23 24-87 11
Liguilla de Promoção:
RIO AVE. . . . . . .4 2 1 1 3-4 5
U. Lamas . . . . . .4 1 2 1 5-2 4
Juv. Évora . . . . .4 1 1 2 3-5 3
Um pouco de história:
"Para 1978-79, a direcção azul e branca investiu fortemente na sua equipa. Beneficiando da venda do esquerdino José Luís - foi para o Vitória de Setúbal e chegaria mais tarde a ser titular do F.C.Porto, em 1980-81 com Hermann Stessl – e do avançado Jerónimo, o Juventude adquiriu vários jogadores de grande categoria, formando uma equipa que talvez não tenha subido por ser desadequada do nível da II divisão. Na verdade era uma equipa de primeira, e talvez não seja exagero dizer que estaria entre as dez ou doze melhores equipas de futebol do nosso país. Mantendo o técnico, para se juntarem aos restantes jogadores da época anterior chegaram ao Juventude: o excêntrico guarda-redes Gomes e o lateral Simplício (ambos ex Lusitano), o central Barrinha (jogara no União de Tomar e seguiria depois para o Vitória de Guimarães), os médios Cardoso (ex Atlético) e Jorge Jesus (esse mesmo, actual treinador do Belenenses, e ex jogador do Sporting, União de Leiria e Estrela da Amadora), o ala Luís Filipe (ex Atlético, sendo de lembrar que o Atlético tinha então descido havia uma época da primeira divisão), o avançado brasileiro Dário (ex Feirense, e futuro jogador do Vitória de Setúbal, onde chegaria a marcar golos ao Benfica e ao F.C.Porto) e o avançado, também brasileiro, Nivaldo.
A equipa tipo seria então Lapa, Simplício, Ricardo, Barrinha, Modas, Cardoso, Jesus, Luís Filipe, Arnaldo José, Edmilson e Dário.
O Juventude fez uma época fantástica, somando inclusivamente mais pontos que no ano anterior (41 em 77-78 e 44 em 78-79), e marcando 65 golos em 30 jogos, de onde avultaram impressionantes goleadas como os 6-1 ao Odivelas logo na primeira jornada e 5-0 ao Seixal. O futebol que praticava era apaixonante, e só um pequeno pauzinho estragava a engrenagem: havia também um Portimonense de luxo.
Efectivamente, apostada no rápido regresso ao escalão maior, a equipa algarvia contava com um plantel fabuloso, que aliás foi a base da sua equipa nos anos seguintes, nos quais se manteve na ribalta do futebol nacional. A sua grande força estava também no sector ofensivo, onde os dois Nelsóns eram uma fábrica de fazer golos. Nelson Fernandes, ex Benfica, ex Sporting, com muitos anos de futebol nacional e internacional de topo, era a experiência que compensava a juventude do ex júnior do Benfica e, na altura, grande promessa do futebol português, Nelson Moutinho, precisamente pai de João Moutinho actual médio do Sporting e da selecção nacional. Atrás deles, no meio campo, actuava o brasileiro Paulo Campos, grande goleador também, que em 1981-82 jogaria no Benfica, chegando a participar em jogos da Taça dos Campeões Europeus. Na baliza estava Pinhal, ex Sporting, e na defesa Mota também recrutado aos leões.
Nos jogos entre Juventude e Portimonense os eborenses levaram vantagem. Triunfando por 1-0 em Évora, numa tarde de Novembro e de casa cheia, com um golo de Dário aos 70 minutos num pontapé de fora da área, parecido com o golo de Nuno Gomes à Espanha no Euro 2004, marcado na baliza do lado da rua, a equipa alentejana arrancou um empate a zero em Portimão já em plena segunda volta, jogo que fez deslocar centenas, senão milhares de juventudistas ao Algarve.
Todavia, em termos globais o Portimonense acabou por levar a melhor, garantindo uma vantagem de três pontos após uma inesperada derrota do Juventude em Sarilhos Grandes por 3-0, vantagem essa que não mais perderia até ao fim. O Juventude ia portanto estar novamente na Liguilha.
Uma vez mais a equipa eborense entrou com o pé esquerdo nessa dramática prova que animava ano após ano os finais de época por essa altura. Na primeira jornada em Santa Maria de Lamas não conseguiu evitar uma copiosa derrota por 4-0 frente ao União local que não deixava bons augúrios. Todavia a equipa recuperou e venceu em casa o Rio Ave por 3-0.
Na jornada seguinte, em jogo que recordo como se fosse ontem, o Juventude comprometeu as suas aspirações ao ceder uma igualdade a zero frente ao Lamas, que contudo ainda deixava algumas esperanças para a última jornada, onde em Vila do Conde o Juventude, caso vencesse, asseguraria a subida.
Era difícil pois o Rio Ave, onde jogavam Alfredo, Adérito, Trindade, Mário Reis, Baltemar Brito (adjunto de Mourinho no Chelsea) e o avançado N’Habola também precisava de vencer e jogava em casa, sendo o grande favorito à subida.
Mais difícil ficou o panorama quando Cardoso, com o resultado em branco, desperdiçou uma grande penalidade, facto que muita tinta fez correr nos tempos seguintes, sendo a equipa acusada de não ter querido subir de divisão, numa altura em que, recorde-se, o maná das transmissões televisivas ainda não fora descoberto, e a divisão principal criava dificuldades financeiras que nem todos estavam preparados para enfrentar.
O resultado foi uma derrota por 1-0, e a festa vilacondense.
Nesta temporada os únicos derbys foram para uma denominada Taça Amizade, e culminaram em vitórias dos azuis e brancos por 2-1 em casa e retumbante 1-4 num Campo Estrela cheio."
in www.vedetadabola.blogspot.com
EQUIPA DO PORTIMONENSE (1º classificado):
Pinhal-Sota-Paulo César-Manaca(?)-Florival-Tião-Paulo Campos-Manuel Fernandes(?)-Nelson Moutinho-Nelson Fernandes-Diamantino
Resultados:
F SEIXAL 1-1
C CUF 4-1
C ALMADA 4-0
F ATLETICO 1-0
C SESIMBRA
F FARENSE
C ELVAS
F MONTIJO
C AMORA
F ODIVELAS
C SACAVENENSE
F C.PIEDADE
C PORTIMONENSE 1-0
C SARILHENSE
C SEIXAL 5-0
F CUF
F ALMADA
C ATLETICO
F SESIMBRA
C FARENSE
F ELVAS
C MONTIJO
F AMORA
C ODIVELAS
F SACAVENENSE
C C.PIEDADE
F PORTIMONENSE 0-0
C OLHANENSE
F SARILHENSE 0-1
Liguilha
F U.LAMAS 0-4
C RIO AVE 3-0
C U.LAMAS 0-0
F RIO AVE 0-1
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